Suas opiniões provocaram a tirada de sua licença ao sacerdócio, mas também lhe proporcionaram o respeito de vários teólogos católicos e protestantes pelo mundo, afirma ele, que se declara “um membro fiel da Igreja, que acredita em Deus e em Cristo, mas não na Igreja”.
Küng, de 83 anos, é presidente da instituição interdisciplinar Fundação Ética Mundial, que tem sede em Tübingen. O teólogo católico era amigo próximo do atual papa, Bento XVI, na época cardeal Joseph Ratzinger, quando ambos tinham 30 anos. Segundo Küng, os dois eram “progressistas” e desejavam renovar a Igreja.
A Igreja Católica desde 1960 vem perdendo fiéis, em suas paróquias há falta de serviço religioso e nos mosteiros há falta de mudança geracional. “Já é hora de que o Vaticano abandone um sistema absolutista que data do século XI. Foi então que os papas foram criados com todo o poder e impuseram o clericalismo, isto é, a preponderância dos padres que marginaliza os leigos. Isso não pode continuar!” – critica Küng.
De acordo com informações da UNISINOS, o teólogo, que ainda mantém contato com o amigo papa, afirma que “a Igreja Católica está doente”. Para ele “seu mal é uma hierarquia absoluta que não faz parte essencial da sua natureza. Não é algo imprescindível. É preciso desenvolver o Concílio Vaticano II”.
“Eu tinha ilusões, mas agora tenho clareza que a mudança não virá das mãos de Ratzinger” e acrescenta “espero que o próximo papa seja muito diferente”. – diz Küng demonstrando sua decepção.
Fonte: Gospel+
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