LIÇÃO 5 – UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO
TEXTO ÁUREO
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos"
(2 Co 4.8,9).
VERDADE PRÁTICA
Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o superar.
Muitas vezes ficamos tão fascinados com o registro bíblico sobre homens e mulheres de Deus que acabamos esquecendo que todos eram humanos! Passamos a enxergá-los como heróis e como tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens de Deus como de fato são - homens fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e ousados - mas ainda assim humanos. Com Elias também foi assim. Ele foi um profeta que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual. Um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão profética. Por causa disso enfrentou soberanos, falsos profetas e o coração de um povo dividido. Isso deixou uma sobrecarga sobre ele, e foi isso que fez aflorar na vida do profeta de Tisbe todo o seu lado humano, frágil e carente da ajuda divina.
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I - ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS
1. Um homem espiritual. Elias era um homem espiritual e vários fatos narrados nas Escrituras atestam essa verdade. Primeiramente, vemos Elias como um profeta profundamente envolvido com a Palavra de Deus: "E que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas" (1 Rs 18.36). Em segundo lugar, o profeta de Tisbe possuía uma profunda vida devocional. Ele era um homem de oração: "E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes" (1 Rs 18.42,43). Elias conhecia os infinitos recursos da oração!
2. Um homem sentimental. Mas Elias não era apenas um homem espiritual, ele também era sentimental. O apóstolo Tiago afirma que: "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra" (Tg 5.17). Tiago diz duas coisas importantíssimas sobre Elias que nós parecemos esquecer: primeiramente "Elias era homem". Elias foi um gigante espiritual, mas era homem! Não era um anjo! Em segundo lugar, Elias possuía "as mesmas paixões". Elias não era apenas espiritual, era também sentimental! Alegrava-se, mas também entristecia-se! Talvez o que distingue Elias dos demais mortais é que ele não maquiava seus sentimentos. Ele os punha para fora.
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II - AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
1. Decepção. O capítulo 18 do Primeiro Livro de Reis narra a fantástica vitória que o profeta Elias obtivera sobre os profetas de Baal. O Senhor havia respondido a oração do seu servo, enviando fogo do céu em resposta à sua oração (1 Rs 18.38). O que Elias esperava em resposta a esse avivamento era um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real. Todavia, o avivamento não alcançou as proporções desejadas. A casa de Acabe ficou insensível. Jezabel mandou dizer a Elias, em tom de ameaça: "Assim me façam os deuses e outro tanto, se decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles" (1 Rs 19.2). Parece que a vitória havia se convertido em derrota! Sem dúvida, Elias havia ficado decepcionado, não com o seu Deus, mas com o príncipe de seu povo!
2. Medo. Diante da ameaça de morte sentenciada pela rainha Jezabel, a reação de Elias foi imediata: "O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali o seu moço" (1 Rs 19.3). Elias teve medo e fugiu! O homem que havia confrontado Acabe e os falsos profetas de Baal e Aserá, agora fugia temendo morrer pela mão de uma mulher! Não devemos esquecer que Elias era um homem semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos (Tg 5.17). Os gigantes também possuem seus momentos de fraqueza! Não há dúvidas que aqui os sentimentos falaram mais alto do que a fé!
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III - AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
1. Fuga e isolamento. O texto sagrado destaca a fuga do profeta Elias (1 Rs 19.3). O homem de Deus que havia enfrentado situações tão adversas, agora se vê impotente diante das ameaças de uma rainha pagã. Ele se viu sem escapatória diante dessa nova situação e temeu por sua vida. Humanamente falando era ficar e morrer. Devemos observar que o Senhor não recriminou Elias por isso; nós também não devemos fazê-lo. Por outro lado, Elias não apenas fugiu; ele também se isolou. "E ele se foi ao deserto" (1 Rs 19.4). Essa é a marca de uma pessoa deprimida - ela busca o isolamento. Somos seres sociais e como tais, não podemos viver no isolamento.
2. Autopiedade e desejo de morrer. Vemos ainda as marcas do comportamento depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade - um termo sinônimo para autocomiseração, cunhado pelos psicólogos. Elias achava que somente ele ficara como um servo fiel do Senhor: "Eu fiquei só" (1 Rs 19.10). Ele achava ainda que todos haviam apostatado ou abandonado a fé. Não havia mais fiéis, somente ele. Como o texto deixa claro, isso era ver a realidade de forma distorcida. Deus possuía ainda seus sete mil (1 Rs 19.18). Mas Elias foi mais além - ele agora queria morrer: "e pediu em seu ânimo a morte" (1 Rs 19.4). Os psicólogos observam que este é o sintoma de uma pessoa com depressão profunda. Ela perde o encanto pela vida. Elias, portanto, precisava urgentemente da ajuda do Senhor.
IV - O SOCORRO DIVINO
1. Provisão física. O socorro do Senhor chegou até o profeta na forma de provisão física e material: "E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come" (1 Rs 19.5). Os psicólogos veem aqui um dos sintomas da depressão de Elias - a inapetência ou alteração dos hábitos alimentares. Nesse estado, a pessoa pode não querer comer como também pode possuir um apetite exagerado. Em ambos os casos é necessário o auxilio de terceiros. No caso do profeta, o anjo do Senhor é quem o auxilia providenciando-lhe alimento. Ele precisava alimentar-se e Deus fez com que isso fosse providenciado: "E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se" (1 Rs 19.6).
2. Provisão espiritual. Elias alimentou-se de pão e água - elementos de natureza material. Todavia, a forma e o instrumento usado por Deus para fazê-los chegar até ao profeta eram de natureza espiritual. Como já vimos, o texto sagrado diz que um anjo do Senhor foi quem providenciou aqueles víveres para o profeta (1 Rs 19.5,6). Mas não foi apenas um anjo que prestou auxilio ao profeta; o próprio Deus a quem Elias servia o conduziu durante todo o tempo. A própria ida de Elias ao monte Horebe fez parte dessa terapia. Ali, Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1 Rs 19.8-15).
Acabamos de observar que os homens de Deus também têm conflitos. Padecem também dos males comuns a todos os mortais. Todavia, é perceptível que o servo de Deus conta com uma forma de auxílio diferenciado - ele não está sozinho neste mundo. Por isso, não depende apenas dos recursos humanos que são tão limitados. O Senhor faz-se presente nas horas conflituosas da vida e presta-nos o seu auxílio. Lemos nos Salmos: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia" (Sl 46.1).
Referência bibliográfica
2013.
FONTE: ESCOLADOMINICAL.COM
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