RIO — Arquivos com o projeto da Liberator, primeira pistola que pode ser inteiramente fabricada em impressoras 3D caseiras, já foram baixados mais de 100 mil vezes, informou ao site da “Forbes” o Defense Distributed, grupo por trás da controversa iniciativa. O Brasil teria sido o terceiro país com maior número de internautas interessados, atrás somente de Estados Unidos e Espanha.
Os idealizadores da arma disponibilizaram há apenas dois dias o arquivo CAD (sigla em inglês para design auxiliado por computador) que permite a qualquer pessoa com acesso a impressoras 3D fabricar em casa a pistola, totalmente feita de plástico. O documento tem apenas 2,02 MB e está armazenado no site Mega, do polêmico Kim Dotcom — aquele que foi preso em 2012 na Nova Zelândia sob acusação de disseminar a pirataria por meio de seu site Megaupload, fechado logo após a operação policial. O CAD também está circulando em agregadores de downloads do tipo Torrent, como Pirate Bay.
Segundo o Defense Distributed, baseado no Texas, o site do grupo recebeu 540 mil visitas nesses dois dias, enquanto o vídeo que mostra a Liberator sendo testada pela primeira vez foi visto 2,8 milhões de vezes no YouTube.
— Nenhum de nós jamais poderia imaginar que conseguiríamos tudo isso — contou à “Forbes” um dos desenvolvedores da arma, Haroon Khalid.
Mas os entusiastas devem ficar atentos: embora não seja ilegal baixar e compartilhar arquivos da Liberator, portar e fabricar arma de fogo sem autorização é crime em muitos países do mundo. No Brasil, a Polícia Federal só concede porte de arma a cidadãos capazes de provar que seu uso é indispensável para atividade profissional ou proteção pessoal. Também é proibido fabricar armas por aqui sem autorização.
Desde que a iniciativa foi anunciada, a Liberator acumula controvérsia. Seus críticos chamam atenção para os potenciais riscos de uma arma de plástico, discreta, potencialmente invisível aos detectores, sem número serial, porém letal, compatível com munição convencional. Argumenta-se também que uma arma dessas estaria facilmente à disposição de qualquer criança ou adolescente com acesso a impressoras 3D, algo cada vez mais comum nos EUA.
A fabricante de impressoras Stratasys chegou a apreender, em outubro, um aparelho que havia sido alugado para a Defense Distributed, após descobrir para quais fins o produto estava sendo utilizado. O deputado americano Steve Israel propôs alteração na legislação para regulamentar a fabricação de armas em impressoras 3D e repudiou o compartilhamento do arquivo CAD. Para o parlamentar, que representa o estado de Nova York, é preciso banir todo tipo de armas letais de plástico.
O senador Leland Yee, da Califórnia, anunciou nesta quinta-feira que planeja apresentar projeto de lei proibindo a “impressão” de armas.
“Planejo apresentar uma lei que garanta a segurança pública e interrompa a fabricação de armas invisíveis a detectores de metais e que podem ser feitas com facilidade, sem qualquer checagem de antecedentes”, disse em comunicado.
Para evitar problemas legais, o Defense Distributed afirma que o projeto original da Liberator contempla a inclusão de um pedaço de aço apenas para que a pistola possa ser percebida por detectores de metais, como prevê a lei americana. No entanto, nada impede que os entusiastas simplesmente suprimam a peça adicional.
Fonte O Globo
Primeira arma fabricada em impressora 3D atrai 100 mil interessados, muitos brasileiros
Postado por Victor Areco Marcadores: armas, Notícias, tecnologia às 10:41
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